HISTORIA E LEGADOS DE CADA PREFEITO DESTA CIDADE

HISTORIA E LEGADOS DE CADA PREFEITO DESTA CIDADE

 

1º PREFEITO MUNICIPAL ( 1959/1963 )

 

                                      

1º PREFEITO DE TABOÃO DA SERRA (NICHOLA VIVILECHIO )                                                              

                                                                                                   ALGUMAS DAS EMANCIPADORAS DE TABOÃO                          

Dna.LUZIA HELLMEISTER E Dna.ROSA MARIE 

A historia de Taboão da Serra começa por volta de 1910, quando um vilarejo chamado Vila Poá foi instalado nas margens do córrego Poá e Pirajussara. No inicio eram poucas casas, a maioria das chácaras que produziam batatas, cenouras e mandiocas, alem de diversos pomares e algumas parreiras.

Nesta época, a comunidade instalada aqui começou a crescer. Os padres, aproveitando o local arborizado,criaram uma espécie de colônia de férias, onde passavam os fins de semana e desenvolviam atividades esportivas e culinárias. Pela localização privilegiada e clima ameno, muitas famílias começaram a se instalar em Taboão da Serra.

No começo, a Vila Poá era longe de tudo. Não existia linhas de ônibus e os moradores que precisavam ir até o lago do Arouche, por exemplo, precisavam ir até o Butantã, de onde partia uma vez por dia uma jardineira levando os moradores da região até o centro da capital paulista.

No começo da década de 50, os moradores já chegavam a quase cinco mil moradores, e em 1953 já éramos um sub-distrito de Itapecerica da Serra. Um forte desejo de emancipação começou a surgir entre os habitantes. Varias reuniões começaram a definir o rumo do que viria a ser Taboão da Serra.

Um plebiscito foi feito com  muita dificuldade graças ao empenho da Sra. Luzia Hellmesteir jurado, uma das nove emancipadoras de Taboão da Serra.Em 1958, a comissão foi até a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e protocolou o pedido o pedido de emancipação. A lei que criou o município de Taboão da Serra então foi ditada e aprovada na Assembléia e promulgada pelo governador, sendo reeditada em 18/02/1959 e publicada em diário oficial em 19/02/1959. Portanto o município comemorava inicialmente a data de sua emancipação em 22/12/1958, posteriormente sendo alterada para 19/02

1º PREFEITO NICHOLA VIVILECHIO E

1º FUNICIONÁRIO PUBLICO MUNICIPAL WALTER BELISQUE

 

Sobre Nicola Viviléchio (Vice-prefeito: José Domingues de Moraes Filho) deve-se dizer que era uma pessoa dinâmica, amistosa, participativa e empreendedora. Uma ficha sob medida para criar e desenvolver uma cidade. Especialmente se ela tem o trabalho como lema.

O primeiro embate eleitoral de Taboão foi entre Nicola e Laurita. Esta, dama da sociedade paulistana veio para cá com seu marido Pedro Mari, fornecedor de frangos para o Governo do Estado, estabelecendo-se numa granja às margens do Pirajuçara já no seu percurso rumo ao Rio Pinheiros. Sua chácara tinha, na entrada, dois minaretes como se fossem um castelo que até há pouco sobreviviam.

Dona Laurita, além de ajudar as pessoas e ser amiga do governador Adhemar de Barros, já havia promovido melhorias para Taboão: a primeira feira livre, o primeiro semáforo no Largo, em frente à Socifer, hoje Extra. Na época nossos rios não eram a croaca que são atualmente e da granja dos Mari saiam grande parte das minhocas que serviam de isca para os pescadores. Favas contadas para ser eleita. Nem discursos fazia, ia de casa em casa pedindo o voto que, conhecida e estimada como era, nunca lhe era negado. Depois da derrota a imprensa arquitetou uma explicação honrosa para o episódio: Dona Laurita havia feito uma experiência para conhecer melhor o território e o eleitorado e garantir sua vitória mais tarde, como de fato aconteceu.

Mas o fato é que Viviléchio entrou na disputa na última hora, ou como se diz, no final do segundo tempo. Escudado por um batalhão de fiéis colegas do Instituto Pinheiros onde foi laboratorista, este verdadeiro esquadrão da Vila Iasi veio, viu e venceu a eleição. Seo Natalino Tedesco tem ainda o abaixo-assinado de 117 nomes que garantiram a inscrição e a eleição do primeiro prefeito que ganhou com uma margem apertada (54 votos) da favorita.

A eleição naquele tempo era rudimentar. Os eleitores levavam as cédulas preenchidas para as urnas, a possibilidade de fraude e manipulação era grande. Depois as urnas iam para o TRE na Brigadeiro Tobias, zona central de São Paulo, para onde se deslocavam os fiscais de partido, as reclamações eram atendidas precariamente, não se tinha muita certeza de nada.

Nicola assumiu sem móveis no prédio da Prefeitura e Câmara. O prédio era alugado. Desde a cerimônia da posse ele teve de "passar o chapéu" para conseguir equipamentos e material de escritório para começar a funcionar. As verbas estaduais/federais e as da arrecadação de impostos chegavam via Comarca de Itapecerica e demoravam! A que a lei da emancipação garantiu para a instalação da administração, certa de 550 cruzeiros (moeda da época), demorou dois anos para chegar e, segundo Arthur Félix, vereador na primeira legislatura, não dava para grande coisa.

Foi um governo heróico mas com a chama do entusiasmo de fundar uma cidade brilhando e animando a todos. No jornal "O Pirajuçara", Waldemar Gonçalves, publica um comentário que é o retrato vivo desse espírito com o sugestivo título de "Pelo dedo se conhece o gigante" (que reproduzimos aqui no site).


2º PREFEITO MUNICIPAL DE TABOÃO DA SERRA (1964 - 1968 )


 

Logo no início da sua administração, a Prefeita Laurita, conhecedora da pobreza de boa parte da população da cidade preocupou-se em montar um serviço de assistência social. Estabeleceu um convênio com o Padre Carlos Spaniol, vigário da Igreja de Santa Terezinha, e montou em salão pertencente à igreja, o Serviço de Assistência Social.

Sob seu comando e a seu convite, passou a contar com a diretora geral Maria José Luizetto Buscarini a sempre lembrada Dona Zeza, mãe de José Vicente Buscarini, que viria a ser prefeito da cidade.

Quem comparecia religiosamente, todas as semanas na Assistência Social, para dar seu apoio e incentivar outras voluntárias, era a Diretora da Escola Antonio Inácio Maciel e das escolas isoladas da cidade, Neide Gonçalves, alguns anos depois, eleita vereadora com a maior votação da época.

O serviço teve um início bastante dinâmico. Ministrava aulas de confecção de enxovais de recém nascidos e roupas em geral, para uso próprio e também para que as alunas pudessem aprender a costurar para terceiros; distribuía leite em pó para crianças carentes, através de programa da Aliança para o Progresso, criada pelo governo americano do presidente John Kennedy; mantimentos, cobertores e roupas recebidas em doação.

Laurita Ortega Mari, com seu jeito, muitas vezes criticado, ganhou o carinho do povo taboanense

Como funcionava em dependências da Igreja central, também ministrava orientação moral e cristã para as mães que freqüentavam àquele órgão. No Natal e na Páscoa era uma grande festa: As crianças das escolas primárias, hoje denominadas de ensino fundamental, recebiam brinquedos e ovos de páscoa.

Pode até ser que nos dias atuais não soe bem, mas o fato é que por tudo isso que começou a fazer desde o início de sua administração, a Prefeita acabou ganhando o cognome de “Mãe dos Pobres”, mesmo tendo alguns a chamá-la de “demagoga” e outros de “politiqueira paternalista”.

A realidade é que Dona Laurita foi uma prefeita bem popular. Era também muito vaidosa. Ia diariamente à cabeleireira e não saia de casa sem uma maquiagem básica. Em suas andanças pela cidade, sorria e acenava para todos e quando passava por qualquer velório, que naquele tempo eram realizados nas próprias casas dos falecidos, não titubeava, entrava e chorava com os parentes do morto, embora às vezes nem conhecesse o falecido. Fazer o que? Era sua maneira de ser!

Era costume promover jantares na Granja Laurita, onde residia, tendo como anfitriões além dela seu marido Chico Mari, que presidia o PSP, partido político ao qual pertenciam, que sempre contava com a presença de políticos e empresários.

Conta a lenda que na cidade tinham dois empresários de ônibus, que disputavam a preferência da prefeita com o objetivo de obter melhores percursos para suas linhas. Numa dessas reuniões, para que o concorrente ouvisse, ela falou a um deles alto e bom som: “-Fiquei muito emocionada com as flores que o senhor me mandou. Muito obrigada!” Não deu outra. No dia seguinte sua casa estava repleta de arranjos de flores enviadas pelo outro concorrente.

Na verdade a prefeita fazia o papel de chefe de governo, enquanto seu marido, mesmo não sendo funcionário da prefeitura era uma espécie de “Primeiro Ministro”. Mas, uma coisa tinha, quando ela cismava com alguma coisa não havia marido ou primeiro ministro que a demovesse do que pretendia.

Outra coisa que ela fazia e muito bem era visitar os órgãos do governo do Estado ou a Assembléia Legislativa, para reivindicar verbas e obras para a cidade. Circulava pelos corredores oficiais com muita desenvoltura, sempre tendo a frente um ou dois assessores anunciando que ali estava Laurita Ortega Mari, a primeira prefeita eleita no Brasil. 

 

A Prefeita Laurita, acompanhada do então Presidente da Câmara Ary Dáu e do Diretor de Obras Antonio Martins, por ocasião da visita ao canteiro de obras da construção de escola isolada no Jardim Monte Alegre. Observem que dentro da perua, sentado em sua cadeira de rodas, está o esposo da prefeita Francisco Mari.





 

Dona Laurita Ortega Mari (Vice-prefeito: Oswaldo Cesario de Oliveira) foi nossa segunda prefeita. A população taboanense tem o mérito de ter eleito uma mulher prefeita da cidade pela primeira vez após a redemocratização do país ocorrida na década de 40! Isso não é pouca coisa considerando-se os valores conservadores e autoritários vigentes no Brasil e que levaria, quatro anos depois ao golpe militar de 31 de Março de 64 (data oficial que chegou a ser nome de nossa praça central por muitos anos, prova de que nossas autoridades queriam, no mínimo, estar de bem com o regime).

 

A prefeita realizou muito, trouxe a primeira escola estadual, o Grupo Escolar Antonio Inácio Maciel no bairro do Maria Rosa, e o colocou para funcionar. Construiu o Cemitério da Saudade, sendo famosa a foto em que, de calças compridas (traje atrevido para a época), supervisiona as obras ao lado de um jipe da prefeitura.

 

3º PREFEITO MUNICIPAL  ARI DAU (1969 / 1973 )

 

Ary Dáu, um dos melhores prefeitos que uma cidade já teve, chegou a Taboão quando Taboão ainda não existia, ajudou a construir o progresso e impôs um estilo de administrar que a nossa população aprova quando o vê adotado por algum governante.

Tempo dos pioneiros
Seo Ary, como é chamado, veio para Taboão em 1958 com a esposa dona Therezinha e a primeira filha de dois meses, e foi morar no Jardim Maria Rosa. Enfrentou o tempo dos pioneiros, sem luz, água encanada, gás, asfalto, saneamento básico, condução ou telefone.

Não veio para a cidade atraído pela especulação imobiliária e outras vantagens fáceis como inúmeros de nossos administradores. Veio porque morava numa casa de cômodos separados no Cambuci, o que tornava os afazeres da sua mulher mais difíceis. Em Taboão tinham uma casa espaçosa e única, mais protegida para dona Therezinha e a bebê. Quanto a ser distante, isto sacrificaria apenas o chefe da família que, jovem e bem disposto, aceitou de bom grado a mudança.

É famosa a história de que tinha que ir diariamente até o bairro do Ferreira pegar o ônibus para Pinheiros, ir a pé, na escuridão, na lama quando chovia, na poeira quando estiava, era uma aventura. Então ele tinha a sua fiel lanterninha. “A gente podia esquecer de tomar café, mas da lanterninha nunca”, brinca com a sua risada característica.


Fazia parte da bagagem os palitos de fósforos que acendia para espantar os cachorros que se atravessavam o seu caminho.

Evangélico praticante, exercia a solidariedade em todos os momentos de seu dia. No bairro do Maria Rosa, era o auxiliador dos vizinhos menos favorecidos. Quando comprou seu primeiro carro, então, o “progresso” chegou para a comunidade. Longe de tudo, era no carro do Ary Dáu que confiavam para levar doentes ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas, o mais próximo na época. Muita gente nasceu graças a esses gestos de amizade que, desinteressadamente, Ary Dáu fazia .

 Edgard Perez, vizinho e contemporâneo, mais tarde vereador por duas vezes, o ajudava nesse esforço assistencial que, quando criaram a Sajamar – Sociedade Amigos do Jardim Maria Rosa – dava todo o sentido ao nome.

Seo Ary e Edgard eram exemplos de homens públicos naqueles tempos. Líderes comunitários porque, além de prestarem auxílio pessoal às pessoas em seus momentos de dificuldades (levar de carro para o hospital, orientar para tirar documentos, acompanhar quando alguém precisava recorrer à polícia etc.), eram homens instruídos que podiam orientar, aconselhar e ajudar a resolver dúvidas do dia-a-dia dos moradores do bairro e da pequena cidade que nascia, gente trabalhadora mas, em geral, iletrada.

Ouvir Edgard Perez discursar na Câmara era construtivo, falava dos principais fatos do Município, se congratulava com quem achava que estava realmente prestando serviços ao bem da população e dava "puxões de orelha" naqueles que não o faziam, não poupando nem seus colegas vereadores. Fazia política com conhecimento de causa, com coragem e franqueza, qualidades essenciais para o exercício do poder. Se destacava como integrante das Comissões Permanentes do Legislativo, especialmente a de Finanças e Orçamentos.

Victor Zachanini, dono da primeira firma de luminosos cadastrada na prefeitura, em funcionamento até hoje, era companheiro de Seo Ary na viagem de ônibus até Pinheiros. Iam conversando, arquitetando melhorias para a vida do bairro e dos seus moradores. Em 58, para o plebiscito da emancipação, Ary o convenceu a transferir seu título para cá e votar no sim. A participação na Sajamar, trouxe Seo Victor para a militância o que o levaria à vereança anos depois. Foi também fundador de dois partidos, o PMDB e o PSB, estes ao lado do grande amigo e fundador de partidos taboanense João Clemente de Oliveira, cuja importância e história ainda esperam para ser contadas. (Ver uma interessante história de Seo Victor na página "devolver é preciso")


Em plenário, o vereador Ary Dáu presidindo a sessão da Câmara, secretariado pelo vereador Arthur Félix. Em segundo plano, a postos, o diretor da secretaria do Legislativo José Sudaia Filho.

Política com sinceridade
O trabalho sempre foi um valor de vida do profissional de contabilidade Ary Dáu, não negando a raça de seu pai libanês e sua mãe mineira, gente tradicionalmente laboriosa. Mas a fé também tem o seu papel na personalidade dinâmica deste dedicado munícipe pois o seu slogan preferido, que está na Bíblia mas poderia estar em nossa bandeira, é “Tudo posso Naquele que me fortalece.” (Epístola de Paulo aos Filipenses 4; 13)

Após conseguir várias melhorias para o seu bairro e ter a sincera admiração de toda a comunidade, o município criado, partiu para a vereança. Muito mais para representar e ajudar aqueles que nele confiavam do que para prestígio pessoal.

Na primeira eleição, em 59, não se elegeu, mas na segunda, em 63, sim. E durante todo o seu mandato na Câmara, sempre foi o presidente da mesa, demonstrando sua vocação natural para a liderança.

Um prefeito de tirar o chapéu
Sua primeira candidatura a prefeito foi uma luta renhida, venceu seu oponente Oswaldo Cesário de Oliveira, por apenas 2 votos. Mas começou uma era que até hoje se reflete na vida da cidade.

Incansável, diariamente percorria o município, muitas vezes ele mesmo dirigindo o carro oficial, para falar com as pessoas, ver as necessidades, os movimentos populares, se os funcionários municipais estavam cumprindo direito suas funções.

A figura do prefeito sempre presente fez história. Quando a enchente do Largo do Taboão acontecia, Ary Dáu, chuva ainda caindo, estava lá com homens e máquinas da prefeitura, botes salva-vidas e uma palavra de esperança, zelando pelos moradores. Muitos deles pessoas de destaque como o vereador Arthur Félix que morava na Rua Getúlio Vargas, ponto nevrálgico das cheias.


Constantemente trabalhando
Ternos impecáveis feitos pelo então alfaiate Waldemar Gonçalves, Seo Ary não abria mão da boa aparência que os funcionários e homens públicos devem ter. O traje na prefeitura era terno e gravata e os motoristas, além de terno, usavam quepe. 

Era enérgico. Instalou, em gesto polêmico, câmaras na prefeitura para se assegurar de que todos estavam em seus postos, tratando bem a população.

Ia de cabeça erguida ao encontro das autoridades estaduais e, se não era recebido na hora marcada, deixava seu cartão de visitas e ia embora. “O Prefeito de Taboão não pode esperar” era, provavelmente, a mensagem que queria passar.

Foi um construtor, um dos melhores que Taboão já teve. Trouxe eletricidade, água e esgoto para a cidade. Seu braço direito era outro tocador de obras, Antonio Martins Ribeiro, o “Martinzinho” como era conhecido, também pela baixa estatura.

Obras de que se orgulha abrangem a colocação de guias e sarjetas, a construção de abrigos de ônibus e a construção em alvenaria da escadaria do Morro do Cristo. Como se vê nunca esqueceu aqueles que, como ele, amargavam longos trajetos de casa para o trabalho.

Bom gerente, implantou o empenho antecipado de verbas, necessidade legal mas uma mudança traumática nas negociações informais de uma administração em início de vida. Ficou na memória da cidade o dia em que o contador da prefeitura, Sr. Anísio Dias dos Reis, suspendeu todas as contratações e pagamentos para implantar a nova sistemática.


Teve ainda ao seu lado a competência do Dr. Antonio Giovanini, advogado da prefeitura durante décadas. O secretário da prefeitura era Benedito Comino.

A fonte, um símbolo
A fonte luminosa e sonora, outra realização polêmica, se mostrou uma decisão sensata. Um município pequeno e recém-criado precisava de algo mais do que uma das primeiras mulheres prefeitas do Brasil (Dona Laurita) para demonstrar seu valor e se impor no cenário das cidades. 

A fonte, com o seu coreto em forma de pérgula (arquitetura moderna no tempo em que o concreto armado permitia aos arquitetos criar pilares arrojados no estilo de Brasília), o busto de D. Pedro, o monumento da Bíblia sobre um tronco de árvore (ainda hoje todos estão lá) e o monumento do Rotary (ele é rotariano de carteirinha), é a marca do espírito empreendedor dos taboanenses, sinal de que nada temos a dever a outras cidades mais antigas da comarca e, porque não dizer, da Região Metropolitana. 

Além disso, ela foi inaugurada junto com a rede de água encanada, em 13 de novembro de 1972, diz Ary Dáu, com sua boa memória para datas e números.

Taboão é para ser respeitado
Ary Dáu nunca se intimidou diante de ataques que, sem entrar no mérito das questões, pessoas da própria cidade lançavam contra a Prefeitura, a Câmara ou o município. 

Foi assim quando a grande imprensa publicou matérias classificando Taboão como foco de favelas. Seo Ary se manifestou contra porque o que havia eram pequenas casas de alvenaria construídas em lotes vendidos regularmente, portanto muito diferente de sem-tetos morando em taperas de caixotes.

E defendeu sua tese contradizendo inclusive o todo-poderoso O Estado de São Paulo.

Este é um dos fatos que ilustram o ânimo de defender o bom nome da cidade se opondo com veemência a um certo tipo de mentalidade, presente em alas de nossos munícipes até hoje, de maldizer o município, amesquinhando-o. Mas é graças a atitudes como esta que Taboão é considerado hoje uma “esquina privilegiada do país” (palavras do governador Alckmin) e não apenas uma encruzilhada incerta, como gostariam alguns.

Colaboradores e amigos fiéis
Ary Dáu chegou a Taboão com 23 anos, hoje está com 74. Viu o município nascer e trabalhou para o seu progresso. Continua morando na mesma casa que o abrigou quando veio, bom amigo, honesto e compreensivo com as pessoas, é um ponto de referência, um valor moral presente na cidade.

Teve e tem muitos amigos e colaboradores, dos quais faço parte porque foi pelas suas mãos que tive meu primeiro emprego na vida, na Câmara de Taboão, como escriturário, na época em que Seo Ary era vereador e aprendi muito com ele. 

E Oswaldo Mandarino, amigo e parceiro de negócios, ainda hoje fiel escudeiro.

Ary Dáu (Vice-prefeito: Mituzi Takeuti), modelo de prefeito. Participante ativo do movimento de emancipação, presidente da Sociedade Amigos do Jardim Mari Rosa - Sajamar -, vereador e presidente da Câmara, contabilista, dinâmico e atento a tudo, foi sinônimo de administrador corajoso e dedicado. Em uma pequena biografia escrita originalmente para a Gazeta do Taboão e reproduzida aqui, vocês pode aquilatar o que foi a vida da cidade nesses tempos efervescentes.

 

Ary Dáu Morreu!

 ( RELATO DO EX PREFEITO ARMANDO DE ANDRADE )  

Eis uma notícia que eu jamais gostaria de dar:

Pois é, perdi o meu querido amigo, o meu irmão de lutas. O pequeno grande homem da história de Taboão da Serra! Lembro-me quando Ary foi empossado como vereador, em 1964 e eleito presidente da Câmara, repetindo o feito durante os anos seguintes até o fim de seu mandato.

Veio sua eleição de prefeito e a luta para manter sua vitória na Justiça Eleitoral, devido as inúmeras tentativas dos adversários em conseguir uma reviravolta por causa da diminuta diferença entre ele e o segundo colocado. Foi um verdadeiro tormento, enfrentado por ele, durante quase dois anos, até que finalmente, prevaleceu a justiça confirmando sua vitória nas urnas.


Foto: Arquivo do Portal O Taboanense

Ary Dáu, sentado a direita, ao lado da então prefeita Laurita Ortega Mari e vereadores da década de 60


Ary não era e nunca foi um político profissional. Mesmo quando estava prefeito, continuava trabalhando como Diretor Financeiro da Pancostura, empresa especializada em máquinas de costura industriais, localizada na Capital.

Logo no amanhecer lá estava o Ary trabalhando no seu gabinete de prefeito, ou andando pelas ruas da cidade para acompanhar as obras em andamento. No início da noite chegava à Prefeitura para despachar com seus auxiliares e planejar o que sua administração deveria realizar. Dormia pouco ou quase nada, mas estava sempre disposto para o trabalho.

Mesmo acossado por alguns grupos de oposição, Ary trabalhava a todo vapor para melhorar a cidade. Sua reforma administrativa mudando até o sistema de pagamentos somente por cheques nominais eliminou as possibilidades da proliferação da propina, questionada por muita gente.

Sua luta para trazer a água canalizada para a cidade foi o marco de sua administração. Buscou apoio do governo do Estado, no Governo Federal, mas no fim, com financiamentos aprovados pelo Senado da República, conseguiu realizar a obra de seus sonhos e a grande esperança dos que aqui residiam.

Espalhou pela cidade alguns postos de ambulância visando socorrer a população residente em locais mais distantes que tinha somente o Hospital das Clínicas, da capital, para atendê-la.

As iniciativas de Ary Dáu eram inspiradas nas próprias dificuldades enfrentadas antes, por ele mesmo, no tempo em que a vila da Taboão não tinha luz domiciliar, água encanada, escolas, transportes coletivos e tantos outros serviços públicos dos quais só se ouvia falar.

Como um pai que não admitia que seus filhos passassem as agruras pelas quais passara, Ary corria contra o tempo tentando remover obstáculos. Sensibilizava nossos governantes estaduais e federais para que tomassem conhecimento daquela pequena cidade que nascera no sudeste do Estado, desprovida de tudo, como se fosse uma terra de ninguém!

Construiu dezenas de escolas isoladas, conseguiu que o Estado entendesse a necessidade de uma escola estadual para atender a população crescente. Iluminou diversos bairros que até então nem iluminação domiciliar possuíam. Fez com que as empresas de ônibus, que até então apenas passavam pela BR 116, começassem a criar linhas servindo os bairros e com isso chegando maios perto da população.

Homem de muita fibra, não se encolhia diante das dificuldades. Calejado pela própria existência, sempre encontrava forças para enfrentá-las. Guardo com carinho suas proféticas palavras: “Taboão é uma cidade atrevida que pensa grande e em pouco tempo será motivo de orgulho para todos”.

Seu caráter, sua coragem e lealdade foram ensinamento que me ajudaram, pouco tempo depois, a governar a cidade com muita garra e destemor.

Velho e querido amigo, meu coração partido, neste triste momento da vida, me traz um pensamento que conforta: Um dia voltaremos a nos encontrar para continuar a grande amizade que sempre nos uniu. Descanse em paz, homem de fé!

 

4º PREFEITO MUNICIPAL  OSVALDO CESÁRIO DE OLIVEIRA ( 1972 / 1976 )

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foram poucos os que acreditaram, quando o prefeito Osvaldo Cesário de Oliveira, em meados de 1974 garantiu, que não terminaria seu mandato sem antes pavimentar a principal via do Jardim Maria Rosa, tido, na época, como um dos mais importantes bairros da cidade.

A explosão demográfica entre 1960 e 1970, que de 8 mil levou Taboão da Serra a ter 41 mil habitantes, se de um lado representava crescimento, por outro, havia trazido enormes problemas, que pela capacidade financeira da cidade pareciam intransponíveis.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

A população reclamava da falta de escolas, da inexistência de postos de saúde e principalmente da situação das vias públicas, em mais de 90% de terra batida, sem a menor condição de suportar o trânsito que se avolumava, principalmente pelas linhas de ônibus que estavam sendo criadas.

Nas temporadas de chuvas era praticamente impossível a normal locomoção dos coletivos, que para enfrentarem a lama usavam correntes nos pneus e mesmo assim acabavam encalhados. E quando isso acontecia, o povo sofrido era obrigado a enfrentar além da chuva, a lama das ruas, até chegarem às suas casas. E acreditem: Muitos deles perdiam até os sapatos pelo caminho!

Essa situação, parecendo não ter solução, fazia com que a incredulidade tomasse conta de todos e os levassem a duvidar das palavras do prefeito, achando que isso não passava de promessas de político, como diziam.

O prefeito não estava pra brincadeiras. De há muito, em constantes contatos com Deputados, Senadores e Ministros, vinha lutando com o intuito de iniciar um plano de pavimentação, pelo menos, para beneficiar as vias por onde transitavam ônibus, o único meio de transporte existente para conduzir nossos trabalhadores e estudantes, os primeiros, pela falta de mercados de trabalho local e os jovens pelas dificuldades criadas com a falta de escolas espalhadas pelos bairros.

Foi depois de uma obstinada luta, que tivera inicio pouco tempo depois do começo de sua administração, que o prefeito Osvaldo conseguiu aprovar na Comissão de Economia do Senado Federal, um vultoso empréstimo - o maior até então contraído pelo município - junto a Caixa Econômica do Estado de São Paulo, destinado exclusivamente a obras de pavimentação de vias públicas.

A Câmara de Vereadores por sua vez, examinava e aprovava os projetos de autorização para o município contrair empréstimo com a Caixa, e o plano de ruas contempladas pela obra, imediatamente promulgados pelo prefeito, fato que permitiria, logo em seguida, a assinatura do contrato com a instituição de crédito do Estado.

O primeiro plano global de pavimentação da história de Taboão da Serra previa beneficiar duas regiões: o Pirajuçara com a inclusão da maior parte da Estrada Kizaemon Takeuti, a mais importante via de ligação com o bairro de Campo Limpo, na Capital e as Avenidas Dr. José Maciel e Maria Rosa, ambas no bairro do mesmo nome. A primeira era aquela que o prefeito garantira pavimentar antes que sua administração se findasse.

O plano, finalmente executado pela Construtora Gianella, vencedora da concorrência, somou 70 mil m² de pavimentação asfáltica, mais centenas de metros de colocação e reparação de guias e sarjetas e, ainda, a instalação em diferentes pontos das vias, de tubulações para captação de águas pluviais.

Eu, que possuía um posto de gasolina na estrada Kizaemon Takeuti e transitava diariamente por seus mais de três quilômetros, tive a inesquecível oportunidade de poder sentir de perto o quanto aquela obra significava para seus moradores. Uma que jamais vou esquecer foi quando um morador, nas proximidades do Jardim Roberto, ao ver as máquinas iniciarem os trabalhos em frente a casa onde residia, ajoelhou-se e profundamente emocionado dava graças a Deus pela conquista do povo da região.

Com certeza, essa foi a mais importante obra realizada pelo saudoso Prefeito Osvaldo Cesário de Oliveira, governante de Taboão da Serra no período compreendido entre 01 de fevereiro de 1973 até 31 de janeiro de 1977.

Oswaldo Cesário de Oliveira (Vice-prefeito: Antonio Martins Ribeiro), pessoa muito estimada e popular que havia sido vereador de Itapecerica da Serra em 1950, e um dos incentivadores de nossa independência. Sua família era a proprietária das terras onde hoje está o Pirajuçara, sendo que a av. Kizaemon Takeuti havia se chamado anteriormente, desde os anos 30, Estrada dos Oliveiras. Homem de poucas palavras mas se conta que, para ele, valia a palavra selada com o fio do bigode. Uma de suas realizações foi asfaltar a Estrada Kizaemon Takeuti e iluminá-la com vapor de mercúrio o que trouxe o progresso que fizeram do Pirajuçara o maior centro comercial do município antes da era dos hipermercados.

Dizia que não se elegera por interesses de ambição porque era um homem rico, mas porque queria ter o orgulho de governar a cidade onde nasceu. Foi um dos prefeitos mais estimados pela população mais simples. Em frente à Igreja de Santa Terezinha havia uma grande figueira (que ainda sobrevive mas talvez não seja poupada com a ampliação do Santuário) onde os homens se reuniam no final da tarde para jogar cartas. Oswaldão, como era conhecido, era participante ativo desses saraus vespertinos e dizem que granjeou ali muitos dos votos que o fizeram prefeito.

A seguir temos as dinastias Andrade e Buscarini se revezando na prefeitura durante 19 anos (1977 a 1996, sendo que os dois primeiros mandatos eram de 5 anos cada e os segundos de 4 anos.

 
 
 5º PREFEITO MUNICIPAL ( ARMANDO ANDRADE ) dois mandatos 1977 / 1981  e  1989 / 1992

Logo após Taboão da Serra ter conquistado sua autonomia político-administrativa em 1960, já era sentida a falta de um local para realizar eventos escolares, culturais, artísticos e recreativos.

Corria o ano de 1978, quando num baile beneficente promovido pelo nosso Departamento de Promoções Humanas em benefício das obras sociais daquele órgão, à época dirigido por minha esposa Barbara Perri Andrade, realizado no salão de festas do extinto clube Solar de Amigos, na divisa de São Paulo com a nossa cidade, eu, então prefeito, usando do microfone para agradecer o apoio de todos os que lotavam aquele local, depois de ressaltar as enormes dificuldades de nossa população, de encontrar um local adequado para realizar eventos importantes, com muita confiança no trabalho desenvolvido pela minha equipe de técnicos, tomei coragem e traduzindo as aspirações dos taboanenses anunciei que aquela festa e tantas outras manifestações públicas, não seriam mais realizadas fora do município. Assumia naquele momento, publicamente, o compromisso de que no ano seguinte essa falta de local apropriado estaria corrigida.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade


Sem descuidar de outras importantes obras que desenvolvíamos nas áreas de educação, pavimentação, iluminação pública, rede coletora de esgoto e canalização de córregos, começava a corrida contra o tempo para cumprir o que eu havia prometido. Após desapropriar a área necessária para a realização da obra, veio a concorrência pública, os projetos da nossa engenharia, a reserva dos recursos, a contratação da construtora, a instalação do canteiro de obras, a terraplanagem e propriamente a construção, em apenas seis meses.

Foi assim que no dia 23 de novembro de 1979, era inaugurado o CEMUR – Centro Municipal de Recreação e Cultura, imponente prédio que a Prefeitura construíria em tempo recorde, na Praça 31 de Março, hoje denominada Nicola Vivilechio, em homenagem ao primeiro prefeito do município, que governou Taboão da Serra de 1960 até janeiro de 1964, apresentando o inesquecível Baile da Saudade com Francisco Petrônio, bailarinos e grande orquestra, um sucesso nacional daquele tempo.

 

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

A partir daí, Taboão da Serra passava a ter o seu próprio espaço para a realização de manifestações culturais como teatros, palestras, exposições, posse oficial das nossas autoridades, encontros regionais voltados para os interesses da comunidade e recreativos, colação de grau e bailes de formatura das escolas locais, noites beneficentes e todo o tipo de atividade que exige local amplo e com instalações adequadas.


O CEMUR, que a partir de 1990 teve acrescentado em sua denominação o nome do consagrado poeta brasileiro Carlos Drumond de Andrade, por iniciativa do então vereador Antonio Carlos Fenólio, tendo espaço para abrigar confortavelmente mil pessoas sentadas, possui uma completa infra-estrutura que possibilita a realização das mais diversas atividades. É dotado de camarins, palco para teatro e shows, estúdio de som e de projeção e também um serviço de renovação de ar para proteger seus usuários de altas temperaturas, principalmente nas estações mais quentes, equipamento que, a bem da verdade, com o passar do tempo já deveria ter sido substituído por um moderno sistema de ar condicionado, pois não comporta mais cumprir suas funções devido ao seu tempo de uso e a precária manutenção recebida.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade
Acreditar no poderoso potencial de Taboão da Serra foi o que me ajudou, em muito, a construção de um dos nossos mais importantes equipamentos públicos, hoje um cartão de visita da cidade, transformado no principal palco de memoráveis acontecimentos, marcando a passagem de consagrados personagens como Sergio Rabello, Ary Toledo, Plínio Marcos, Maestro Zaccharo, Francisco Petrônio, Silvio Brito, Sergio Reis, Jerry Adriani, Orquestra de Silvio Mazzuca e tantos outros. Ao longo de todo esse tempo não faltaram realizações como importantes salões de artes, exposições, festivais estudantis de musica e de teatro e apresentação de grupos de artistas da própria cidade.


Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade


Foto tirada num fim de semana quando o ex Prefeito Nicola Vivilechio, o Didi, o Luiz Carlos Duarte (Carlinhos da feira), o Onofre da fábrica de calçados e o Vicentão Buscarini (pai do ex-Prefeito Buscarini), desfrutavam de momentos de lazer na Praça de Esportes do Municipal Futebol Clube, localizada onde hoje existe a C & C, a Conibra, o Correio e o Posto de Gasolina Petrobrás, no final da Av. Professor Francisco Morato.
 
Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade











A foto mostra Elmo Fagundes o primeiro farmacêutico que organizou a Farmácia Popular da minha primeira gestão que atendia a população carente entre 1977/1983.













Nova frota de ambulâncias adquiridas pela Prefeitura nos anos oitenta, durante a minha segunda administração     
        















GINASIO MUNICIPAL DE ESPORTES DE TABOÃO DA SERRA EM CONSTRUÇAÕ NA DECADA DE 80















Ao assumir o mandato de Prefeito em 1977, alimentava a esperança de poder melhorar a qualidade de vida da nossa população e dentre a previsão de muitas obras estava a criação de áreas verdes, pensando principalmente nas nossas gerações futuras.

Foi um sonho, que parecia inatingível, mas tomei coragem e obstinadamente, pensando simplesmente no bem estar da população taboanense decidi enfrentar o desafio!

Bem próximo da sede da Prefeitura, ao lado da Praça Miguel Ortega, existia uma área municipal, oriunda de dois loteamentos, o Jardim Monte Alegre e o Jardim Santa Rosa. Era um espaço de acidentada topografia, praticamente abandonado que vinha servindo de depósito de lixo e, acreditem, também utilizados por um morador das proximidades, como cocheira.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

Convoquei o pessoal de engenharia, de obras, de educação e coloquei a idéia, prontamente apoiada por todos, como um importante passo de humanização da cidade.

Feito o levantamento topográfico, chegando a constatação da existência de 48 mil m² no local, a engenharia projetou as alamedas e a infra estrutura para possibilitar o bem estar dos futuros frequentadores.

O setor de obras, comandado por Antonio Martins, após o trabalho de terraplanagem e limpeza, partia para a colocação de guias e sarjetas nas alamedas, construção de muro de fecho da área total, construção da casa de caseiro e sanitários em vários pontos.

Com o máximo de dedicação o engenheiro Orlindo de Jesus Domingos comandava seu Departamento, passando a projetar os ambientes internos para os abrigos dos primeiros animais que chegavam; a entrada monumental e os espaços aonde viriam ser a parte administrativa do futuro parque.
Minha amizade com o empresário e amigo José Eduardo Takaia abria as portas da Fuji Filmes, empresa representada por ele na região, para uma parceria que nos trouxe nada menos de 5 mil mudas de hortênsias das serras gaúchas, o que acabou por originar o nome de Parque das Hortênsias, placas de identificação dos diversos setores, painel de localização na entrada e folhetos com a planta de todos os recintos.
Contratamos uma empresa especializada para construir em diversos pontos da área, quiosques de utilização múltipla e uma belíssima ponte de madeira rústica sobre o lago criado a partir do represamento das águas das nascentes existentes.
No lago foram colocados pedalinhos especiais para propiciar aos futuros frequentadores, a possibilidade de um passeio fluvial que acabou se transformando, à época, numa das mais desejadas opções de lazer, dentre as tantas ali existentes.
A Divisão de Educação com o Professor Fenólio à frente montava a logística de divulgação da obra programando ações motivacionais para toda a população, dentre elas o “Dia da Plantação de Mudas”, em 14 de fevereiro de 1978, quando convidados da administração como comerciantes, empresários, políticos, simples moradores, professores e estudantes, compareceram ao Parque, ainda embrionário, para plantar a sua muda de arvore. Foi um dia inesquecível!
O local foi concebido para tornar-se um grande bosque com a preservação de pedras gigantescas naturais da área, o aproveitamento de nascentes e a formação de um zoológico, transformado com o tempo na sua maior atração.
Vale registrar que nessa mesma época o Geraldo do Nascimento, escolhido para ser o caseiro do local, já começara a preparar o ambiente visando a procriação de algumas espécies, sendo que os primeiros nascidos em cativeiro foram o lobo guará e o tatu, dentre tantos outros.
Nesses mais de trinta anos já passados o Parque das Hortênsias se destacou como referência importante de lazer e cultura de toda a região, graças ao objetivo inicial de preservação do meio ambiente, apesar de não ter sido agraciado com a atenção devida dos prefeitos que sucederam à sua criação.
A única ação positiva nesse tempo todo foi a criação do Museu do Parque inaugurado pelo atual prefeito, depois de um árduo trabalho de seu atual diretor Ricardo Andrade, que abriga mais de 50 animais empalhados e outro tanto conservados em formol.
Ao invés de conservar para preservar, as administrações posteriores preferiram ir acabando com algumas atrações do local. Retiraram a ponte de travessia do lago, acabaram com os pedalinhos alegando falta de segurança, não movendo uma palha sequer para a sua modernização.
É de se lamentar que a maior e melhor opção de lazer da região e único centro permanente de aulas ao vivo de preservação, utilizada pelas escolas da cidade e de outros municípios não tenha recebido os cuidados que nortearam sua implantação. 

.

Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

Alunos das escolas de Taboão quando plantavam suas mudas no Parque das Hortênsias, em 14 de fevereiro de 1978

 
Foto: Arquivo pessoal | Armando Andrade

Comerciantes, empresários e pessoas do povo também plantaram suas mudas no Parque das Hortênsias






                                                                                              

José Ferez
Estádio José Ferez
Nomes
Nome Estádio Municipal Vereador José Ferez
Características
Local Taboão da SerraSPBrasil
Gramado Grama natural (106 x 68 m)
Capacidade 10.000 pessoas[1]
Construção
Inauguração
Data 20 de setembro de 1992
Recordes
Jogo inaugural Seleção de Master do Brasil 14 X 0 Seleção de Veteranos de Taboão da Serra
Outras informações
Proprietário

Prefeitura Municipal

Administrador Prefeitura Municipal
Mandante

Taboão da Serra

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Armando Andrade (Vice-prefeito no 1o. mandato: José Domingues de Moraes Filho; vice-prefeito do 2o. mandato: Fernando Fernandes Filho) é filho do empresário, comerciante e dirigente esportivo Armando Andrade. Por facilidade de comunicação não usa o sufixo Júnior o que leva muita gente a pensar que a Av. Armando Andrade é uma homenagem ao filho e não ao pai.

Foi, sem dúvida, o prefeito mais empreendedor de nossa história. Publicitário e advogado, dono de uma memória fenomenal e um discurso político objetivo e articulador, é o autor de obras de vulto em seus dois mandatos não consecutivos como chefe do executivo.

Inaugurou a fase de aumento da independência do município frente ao Estado, consolidando a organização administrativa e realizando obras com recursos o mais das vezes próprios do município. Costuma dizer que só um terremoto poderia destruir suas realizações pela cidade.

A lista principal abrange: CEMUR, Parque das Hortênsias, conclusão do asfalto e iluminação da quase totalidade das ruas e avenidas da cidade inclusive a Av. Kizaemon Takeuti via central do Pirajuçara, Escolas Profissionalizantes Rui Barbosa e Machado de Assis, Ginásio Municipal de Esportes, Estádio Municipal de Futebol, Rede Municipal de 1o. e 2o. Graus "Mundo Encantado de Monteiro Lobato", Infra-estrutura Judicial e Policial incluindo o Fórum, Pronto Atendimento do Parque Assunção, Hospital e Maternidade da Antena, diversos Postos de Saúde novos, usina de asfalto, linhas municipais de ônibus, linha de transporte coletivo Taboão-Osasco, Guarda Civil Municipal, monumento em homenagem à imigração japonesa etc.

 
 
6º PREFEITO MUNICIPAL  JOSE VICENTE BUSCARINI DOIS MANDATOS (1982/1988 e 1993/1996 ) 
 
Taboão da Serra completa 53 anos, Durante este período objetivamos construir uma cidade sólida, voltada para o futuro, com projetos tais como, a municipalização do sistema de saúde com a construção de várias UBS no Jardim Santa Cecília, Santo Onofre, Silvio Sampaio, Jardim Roberto, Parque Pinheiros, Jardim Helena, Margaridas entre outros e a implantação da maternidade municipal e serviços odontológicos, bem como o início da construção do Hospital Geral do Pirajussara. 
 
 
Foto: Arquivo do Portal O Taboanense

O ex-prefeito José Vicente Buscarini

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na área de educação, houve uma verdadeira revolução com a construção de várias pré escolas, creches e berçários para atendimento de crianças a partir de zero ano e com distribuição de uniformes escolares. Relembrando as EMIs Mônica, Magali, Cebolinha, Chico Bento, Pelezinho, Bidu, Franginha, Seninha, implantação e construção de três unidades Amor Perfeito que atendia crianças especiais. Estes projetos receberam o reconhecimento do Banco Mundial como excelência em educação infantil. Em parceria com o Governo do Estado, foram construídas várias unidades de ensino, como as Escolas Maria Alice Borges Ghion, Lucia de Castro, Francisco Damico, José Roberto Pacheco e outras.

Visando sempre o crescimento da cidade, implantamos projetos de infra estrutura tais como saneamento básico, pavimentação asfáltica, galerias, canalização de córregos, contenção de encostas, obras de combate a enchente, iluminação pública, construção de casas populares e construção através do CDHU do Conjunto Habitacional Parque Laguna.

Nas áreas como esporte, cultura, lazer, tivemos a oportunidade de desenvolver várias atividades como: Olimpíadas Estudantis Professor José Roberto Pacheco, Jogos Regionais, Torneios de Futebol, Gincanas, Festa do Peão, Bailes da Terceira Idade, Bailes do Havai, Concurso de Miss Taboão, Festas Infantis, Carnaval no Ginásio de Esportes e praças públicas. 

Quero enaltecer que todos estes projetos e realizações, só foram possíveis com a participação efetiva de todos os funcionários públicos da nossa prefeitura, que não mediam esforços para o crescimento e evolução de nossa cidade. Funcionários estes que sempre tiveram um tratamento especial e participativo na minha administração. Parabenizo a eles e a toda população de Taboão da Serra, desejando que nossa cidade continue sempre caminhando para o futuro.

José Vicente Buscarini (Vice-prefeito do 1o. mandato: Joaquim Ferreira; vice-prefeito do 2o. mandato: Luiz Alberto Fratini, o Lune), filho único de tradicional família taboanense, Vicente Buscarini e Maria José Luizetto Buscarini (vereadora Zéza), foi o nosso prefeito mais jovem, exercendo também dois mandatos não consecutivos.

Dedicou-se com afinco a concluir obras iniciadas por outros prefeitos ao longo de 25 anos. Suas realizações principais na área de Saúde se ligam ao fato de que ela foi municipalizada no seu mandato. Foi contratado o primeiro médico para trabalhar para a prefeitura. Para atender a população agora diretamente, implantou sete novos postos de saúde na cidade, o do Jardim Helena se transformando em um centro de especialidades (hoje lá está concentrado o programa de DST-AIDS do município). A Maternidade Municipal foi entregue funcionando por ele e, a partir dai, as crianças taboanenses puderam realmente nascer em Taboão.

Na habitação entregou, em parceria com o CDHU (órgão estadual) cerca de 420 apartamentos no Parque Laguna e reurbanizou diversas áreas invadidas construindo ali moradias unifamiliares. Destacou-se também na canalização de córregos, implementando vias sobre as canalizações como na Av. Vicente Leporace e Av. Laurita Ortega Mari.

Sua política social caracterizou-se por um maior respeito às pessoas carentes e em fragilidade social que precisavam recorrer à administração. Valorizou, com equipamentos e veículo, o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar. A Escola Amor Perfeito dedicada à reabilitação de crianças excepcionais, teve três núcleos implementados. (Dados extraídos do documento do PMDB que indicou Vicente a concorrer a vice-prefeito na chapa de Luiz Lune, na campanha em que Fernando Fernandes concorria à reeleição)

 
 
  7º PREFEITO MUNICIPAL FERNANDO FERNANDES FILHO -DOIS MANDATOS (1997/2000 e 2000/2004)
 
 
 
 

Fernando Fernandes Filho (Vice-prefeito nos dois mandatos: Israel Luciano) (como a av. Armando Andrade, a av. Fernando Fernandes, no Pirajuçara, se refere ao pai e não ao filho) nasceu no bairro paulistano de Pinheiros e estabeleceu sua clínica médica em Taboão em 1975, a Climep, no bairro do Pirajuçara. Data daí o respeito e o carinho que os seus pacientes e amigos taboanenses lhe consagram. Mas o prestígio veio com o cargo de vice-prefeito e secretário da saúde do segundo mandato de Armando Andrade e concorreu à eleição para sucedê-lo. Perdeu.

Na segunda tentativa, apesar de vir representando uma coligação partidária, tinha como adversário Luiz Lune, pirajuçarense que já fora vice-prefeito de Buscarini antes de ser eleito deputado estadual. Lune é muito estimado naquela região onde tem uma loja de materiais de construção. De origem pobre, tinha muito prestígio das camadas mais humildes da população. Era portanto um adversário com grandes chances de vitória. Mas, a campanha já começada, Lune desistiu da candidatura por motivos de ordem pessoal.

Fernando foi eleito e reeleito conseguindo, além do mais, eleger sua esposa, Analice Fernandes, deputada estadual. Foi o primeiro médico a ocupar o cargo e o primeiro a exercer dois mandatos consecutivos.

Tendo assumido a prefeitura com a infra-estrutura de urbanização já consolidada, dedicou sua gestão à organização administrativa, melhora de serviços públicos, convênios com o Estado e com a Prefeitura da Capital para obras de combate às enchentes e campanhas de prevenção à saúde, educação ecológica e incentivo às artes, também em convênio com as Secretarias Estaduais.

A eleição do Vereador Salvador Grisafi para a presidência da Edilidade e a entrada do Prefeito no PSDB, em 1998, iniciou um período em que o Legislativo cerrou fileiras incondicionalmente em torno das iniciativas e decisões do poder executivo. Em conseqüência disto, houve um mandato sem grandes contendas, podendo-se elencar entre as medidas propostas pelos vereadores e sancionadas pelo Prefeito, a da criação do sistema de médico da família no município, a da criação da Delegacia de Defesa do Consumidor e o Código do Meio Ambiente Municipal.

No setor do apoio legislativo direto em negociações de interesse público podemos destacar a atuação dos Srs. Vereadores no episódio dos problemas com o destino do lixo do município atualmente descarregado em São Paulo e a da legalização de uma centena de perueiros, reivindicação antiga da categoria de transportadores autônomos.

Embora as enchentes não influam mais tão fortemente nas eleições, o prefeito Fernando enfrentou momentos de grande dificuldade com os dramas trazidos por eventos climáticos. Em 31 / 12 / 1999 houve uma enchente monstro no Jardim Santa Luzia pela primeira transmitida pela TV com câmaras instaladas em helicópteros. Em 1 / 2 / 2003 um deslizamento de terra matou 7 pessoas de uma mesma família no Jardim São Judas. Ficamos sabendo então que 25% da população taboanense mora em áreas com problemas de habitabilidade e que as 12 áreas são de grande risco exigindo atenção em épocas de muita chuva. Exato um ano depois, em 10 / 2 / 2004, com o piscinão da Eliseu de Almeida (divisa com o Largo do Taboão) em fase de conclusão complementando os 5 piscinões em parceria com o governo do Estado no território do município (que são Parque Pinheiros, Portuguesinha, Três Marias, Maria Sampaio e Intercap), houve outra enchente devastadora não só no Santa Luzia.

A pior enchente de todos os tempos entretanto veio já no mandato do sucessor de Fernando, o prefeito Evilásio. Esta, em 4 / 4 / 2005, forçou o governador Geraldo Alkmin a admitir que só piscinões e piscininhos não eram suficientes para conter as águas nas chuvas mais fortes. Vale lembrar que, no Embu, uma parceria do prefeito com o governo federal, investiu na fórmula de canalizar rios (1.100 m de canalização, pavimentação com microdrenagem e urbanização da Av. das Pombas no Jd. Vazame) com bons resultados.

 8º PREFEITO MUNICIPAL EVILASIO CAV. DE FARIAS-DOIS MANDATOS(2005/2008 e 2009/2012)
 
 
 
 
 

Após uma campanha em que acusações de ambos os lados nublavam as propostas de governo e em que as gigantografias dos candidatos ocupavam o horizonte e poderiam ser vistas, talvez, até do espaço, foi eleito prefeito o também médico e deputado federal Evilásio Cavalcante de FariasEsta gestão marcou a ascensão do PT ao executivo municipal através da professoraMárcia Regina da Silva, vice-prefeita.

Seu primeiro ano de mandato foi marcado por uma grande transformação na administração municipal. De estilo bem diferente do seu antecessor, aumentou os canais de comunicação com a população (Ouvidoria Municipal, entrevistas coletivas etc.), trouxe secretários e diretores de fora do município mas com experiência comprovada o que deu muito certo especialmente na área da educação fazendo com que Taboão se destacasse até internacionalmente nessa área e criou a Imprensa Oficial Municipal mudando as relações entre a prefeitura e os órgãos de imprensa. Além de viabilizar o Ensino Fundamental de 9 anos nas escolas municipais, venceu o prêmio da ONU - PINUD Objetivos do Milênio, como "Cidade Educadora". O programa premiado prevê que professores visitem as residências dos alunos, aumentando a integração entre a escola e as famílias. O Secretário da Educação foi Cesar Caligari, que foi par do Dr. Evilásio no Congresso. Atualmente se desligou do cargo para concorrer nas eleições.

Uma iniciativa de impacto foi a mudança no Sistema Viário ocorrida na área central da cidade, na BR-116 que teve seu trânsito modificado para facilitar a vida dos motoristas nos horários de rush e também a dos pedestres que estavam ficando cada vez mais sem alternativas para cruzar a rodovia.

Promoveu operações cívicas como a "Taboão de Cara Limpa" de mutirões de limpeza e remoção de entulho da cidade que, segundo a própria prefeitura, contribuiu para aplacar a violência das enchentes. Mas inicia seu segundo ano de mandato sem uma boa solução para a área da saúde onde promete "dar um choque" para que a situação melhore.

Medidas importantes de redução de privilégios do funcionalismo, em especial dos de livre nomeação, foram também incrementadas.

Comandada pela vice-prefeita, Márcia Regina da Silva, começou a ser feito o Plano Diretor Participativo, lei municipal que deve ser elaborada com a participação de todos os cidadãos. 

  em andamento a construção